quinta-feira, 29 de abril de 2010

A PALMEIRA E O PAULISTINHA



A Palmeira e o Paulistinha, por Euripedes Martins Romão

23 de outubro de 1906, Campo de Bagatelle, Paris, Alberto Santos Dumont decolou e fez a primeira aterrissagem com seu invento, o avião; 28 de abril de 1927, proximidades do arquipélago de Fernando de Noronha, Pernambuco, o Comandante João Ribeiro de Barros, vindo a Europa, amerissou o hidroavião Jahú; 20 de julho de 1969, superfície lunar, Lua, Neil Armstrong alunissou o módulo lunar da espaçonave Apollo 11; mas, antes disso, dia 22 de setembro de 1942, Praça Siqueira Campos, Jahu, Alceu Ferraz de Navarro “apalmerissou”, em uma palmeira imperial, o avião Paulistinha no qual tomava aulas de pilotagem. Seria cômico se não tivesse sido trágico.
O início desta história remonta ao ano de 1931 em São Paulo, onde foi criada a Empresa Aérea Ypiranga. Inspirada num modelo de avião americano de treinamento criou o avião EAY-201, que voou pela primeira vez em 1935. Em 1942 a empresa foi vendida para a Companhia Aérea Paulista, que contratou os engenheiros Romeu Corsini, Clay Presgrave e o jovem jauense Adônis Maitino para desenvolverem o projeto original. Em 1943, voou o novo avião, denominado CAP Paulistinha.
No início da década de 1940, o paraibano radicado em São Paulo Assis Chateaubriand, o pai da televisão no Brasil, do Masp, dos Diários Associados entre uma centena de outros empreendimentos, juntamente com Joaquim Pedro Salgado Filho, ministro da Guerra de Getúlio Vargas, promove a Campanha Nacional da Aviação, também conhecida como Campanha Para Dar Asas à Juventude Brasileira. O objetivo do Dr. Assis era, através de doações de aviões aos aeroclubes do interior, formar jovens pilotos. A campanha estendeu-se até o início da década de 1950 e foram doados mais de mil aviões por todo o Brasil e alguns países da América do Sul. 


Brevetou mais de três mil jovens e o número de aeroclubes saltou de 40 para mais de 400.
Jahu, na época ainda uma importante cidade do interior de São Paulo, com suas praças e jardins muito bem cuidados, as calçadas sem buracos e com os ladrilhos hidráulicos homogêneos, fundou um Aeroclube, construiu uma pista de pouso e após receber o avião do Chateaubriand contratou o instrutor de voo Roldão Aguirra. Foram brevetados vários jovens jauenses, entre eles Edward Romão, Ernesto Pires de Campos, Joel Fagundes, Jayme Munerato, que se tornou piloto profissional, e uma única moça, a jovem Djanira Sbrocco. Um destes alunos, Alceu Ferraz de Navarro, protagonizou o que talvez tenha sido o mais espetacular acidente aéreo no interior de São Paulo, na época.
Realizando um voo rasante, na direção do rio Jahu para a Matriz Nossa Senhora do Patrocínio, o avião colidiu com uma palmeira imperial, na Praça Siqueira Campos, Jardim de Cima. Como o avião era feito de uma armação de madeira revestida com lona, ficou enganchado na árvore. Consta que o motor e mais alguns pedaços da aeronave foram parar na casa do Sr. Namitala Bauab, que ficava na esquina da Rua Edgard Ferraz com Rua Lourenço Prado, e tanto o aluno como o instrutor não conseguiam sair do avião. Houve um acúmulo de curiosos tentando ajudar na remoção, mas, como não havia Corpo de Bombeiros na cidade, as pessoas ficavam sem orientação. O primeiro socorro que chegou com alguma estrutura foi o pessoal da Companhia de Força e Luz, mas as escadas que dispunham não eram grandes o suficiente.
 Estava de passagem pela cidade um circo, itinerante, e os trapezistas se dirigiram ao local de acidente e com a experiência que tinham no uso de cordas mais as escadas disponíveis conseguiram resgatar os dois tripulantes. O piloto faleceu e o instrutor ficou bastante ferido, mas sobreviveu.
Este fato, acontecido na nossa Jahu, veio à memória pelos e-mails trocados por um grupo de amigos, o Consulado Jauense, além, é claro, das maravilhosas fontes de pesquisa da internet, Google e Wikipédia. O companheirismo desenvolvido neste grupo, que fez reaproximar velhos e criar novos amigos, continuará ativo, sempre lançando assuntos atuais e rememorando os acontecimentos passados. Esta é a maravilha da internet.


Imgens mermente ilustrativas, mas se alguém tiver ou souber de imagens desse fato, será muito benvida.

Euripedes Martins Romão é economista. Sua matéria foi postado em 03/04/2010 no site:


http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:IzLc5VuuJaoJ:www.comerciodojahu.com.br/novo/Opinião%2520/A%2BPALMEIRA%2BE%2BO%2BPAULISTINHA,%2BPOR%2BEURIPEDES%2BMARTINS%2BROMAO.html+avião+paulistinha+"novo"&cd=8&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br 


Email do Autor, depois que lhe enviei o link para a postagem:





"...Temos aqui em São Paulo um grupo baseado no Yahoo Groups, formado basicamente por pessoas da nossa terra natal, Jahu interior de São Paulo. Este grupo foi formado para conterrâneos se reencontrarem e perenizarem este encontro, o nome dado ao grupo foi Consulado Jauense, e nos encontramos semanalmente para fazermos o que melhor sabemos fazer, prosear e tomar cerveja gelada. Estas prosas estão servindo para resgatarmos a história de nossa cidade, de vez em quando surge uma história muito interessante, então eu aproveito e narro-a em minha coluna quinzenal do jornal Comercio do Jahu, que foi onde a Sra. encontrou meu texto. Varias outras entidades fizeram o mesmo, como o site da Lambretta, da Preservação das Ferrovias, da Sociedade Rural do Café, enfim nosso trabalho está sendo bem aproveitado e divulgado. Eu tinha certeza que havia copiado a Sra. no e-mail que enviei ao Consulado, abaixo.
Muito obrigado por divulgar esta historia, e de vez em quando pesquise meu nome no Google, pode ter alguma outra publicação minha que te interesse".

Em breve!   =================================================================             
 INDÚSTRIA DE AERONAVES AEROSSUR LTDA.
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