segunda-feira, 3 de maio de 2010

MERCADO DE PILOTOS PROFISSIONAIS - opinião


         A aviação mundial vive um momento especial nestes últimos três anos, com o transporte aéreo crescendo em um ritmo acelerado nas principais economias emergentes do planeta. O país deverá manter este ano um crescimento na casa dos dois dígitos pelo quarto ano consecutivo. Nos próximos vinte anos, analistas e fabricantes consideram que a aviação vai crescer ainda bastante na América Latina e que o Brasil deverá apresentar aproximadamente 50% deste mercado pujante. 
     
         Até aí, tudo muito bom, mas a deficiência da infra-estrutura aeroportuária e a falta de pilotos no mercado são problemas que precisam ser resolvidos. Mais passageiros precisam de mais aviões que precisam de mais pilotos. O crescimento da frota não foi acompanhado pela formação eficiente e suficiente de pilotos. No momento, ainda não há falta de profissionais nesse setor, mas existe uma projeção para que isso ocorra nos próximos quatro a cinco anos. 
     
          A formação de pilotos é precária. Muitos aeroclubes operam em péssimas condições. Faltam instrutores, equipamentos e, principalmente, alunos. Antigamente, alunos faziam filas para se inscreverem para fazer o curso de piloto, hoje em dia, escolas preparatórias e aeroclubes estão vazios. O problema está no alto custo para se formar. Muitos acabam fazendo só o básico (PP - piloto privado), que custa R$12.000,00, em média, o completo não sai por menos de R$70.000,00. 


          Apenas 2% dos alunos que iniciam o curso teórico conseguem chegar a piloto de linha aérea. A falta de dinheiro faz o aluno parar antes de completar as horas de vôo necessárias. Muitos pilotam de graça em empresas de táxi aéreo só para acumular horas, já que uma hora de vôo em um avião de instrução custa na faixa de R$380,00. 


          A grande maioria acaba sendo piloto de táxi aéreo e de pequenas empresas que pagam mal. Quem tem dinheiro e influência consegue chegar ao difícil mercado de pilotos de linha aérea e, já iniciam com salário de R$6.000,00. Posteriormente, quando ganham mais experiência, recebem R$12.000,00 ou mais como  omandante. Muito diferente dos que não conseguem chegar a esse patamar, e são submetidos a salários baixos por volta de R$1200,00 a R$2.100,00. 


          Essa realidade tem que mudar para que o transporte aéreo continue a crescer sem perigo de novas crises no ramo, desta vez, não por causa de controladores de vôo, mas sim, por falta de aviadores.

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